A doença
A artrite reumatoide é uma doença inflamatória crônica que pode acometer diversas articulações. As causas dela ainda são desconhecidas pela medicina. O que se sabe é que ela é mais frequente em mulheres que em homens. A doença atinge um milhão de pessoas no Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde.
Em geral, a doença começa a se manifestar entre os 30 e 40 anos e, à medida que a idade avança, a enfermidade se torna mais frequente. É uma doença reumática autoimune, isto é, anticorpos do próprio organismo atacam a membrana sinovial, causando nela inflamações crônicas.
Sintomas
Dentre os sintomas mais comuns, destacam-se aqueles típicos de uma artrite, ou seja, dor, inchaço, calor e vermelhidão nas articulações afetadas, sobretudo as de mãos, punhos e pés.
Além disso, pode-se sentir fadiga, febre, perda de peso, além de notar caroços de tecido sob a pele e rigidez matinal das articulações atacadas, que pode se estender por horas até que seja atenuada ou normalizada.
Com a evolução da doença, a cartilagem articular pode ser completamente desgastada e limitar a capacidade motora do paciente, impedindo-o de realizar plenamente as atividades diárias. Além disso, em casos mais graves, podemos verificar deformações das articulações comprometidas, sobretudo as de articulações periféricas, como as de dedos.
Vale ressaltar que, em casos menos frequentes, a artrite reumatoide pode afetar não somente as articulações, mas inúmeros outros órgãos; por exemplo, pele, unhas, músculos, sangue, olhos, sistema nervoso, rins, coração e pulmão.
Pode-se observar, também em casos raros, inchaço dos gânglios linfáticos (a chamada linfadenopatia) e o aumento do baço seguido de uma contagem de glóbulos brancos baixa (a síndrome de Felty). Há ainda o risco de comprometer o pescoço, causando instabilidade em seus ossos e comprimirem a medula espinhal.
Diagnóstico
A fim de diminuir a chance de desenvolvimento de sintomas graves, controlar os sintomas e garantir a qualidade de vida do paciente, é fundamental diagnosticar a doença na sua fase inicial e seguir adequadamente o tratamento médico.
De acordo com o American Rheumatology College, os fatores abaixo são indicativos de que o paciente é portador de artrite reumatoide:
- rigidez articular matinal por pelo menos uma hora;
- artrite em pelo menos três regiões do corpo;
- artrite nas articulações das mãos, artrite em regiões simétricas do corpo;
- observância de nódulos reumatoides;
- presença de fator reumatoide no sangue e alterações detectáveis por exames de radiografia, sejam descalcificações em ossos de mãos e punhos ou profundos desgastes nas articulações.
A organização americana indica o diagnóstico de artrite reumatoide quando pelo menos quatro dos fatores acima são observados no paciente por pelo menos seis semanas. Vale a pena ressaltar mais uma vez que o diagnóstico da doença em seu início pode garantir uma melhor qualidade de vida ao paciente.
Tratamento
O tratamento medicamentoso da doença tem como base os anti-inflamatórios. Quando a doença se intensifica, o uso de corticoides pode ser benéfico. O uso de medicamentos que retardem a progressão do quadro clínico do paciente (conhecidos como drogas modificadoras da doença) costuma ser importante no tratamento. Boa parte dessas drogas são imunossupressores, que controlam o ataque às articulações empreendido pelo sistema imunológico. Em alguns casos, procedimentos cirúrgicos podem favorecer a saúde e qualidade de vida do paciente.
Convivendo com a doença
A artrite reumatoide é uma doença sem cura. Esse fato tende a assustar aqueles que são diagnosticados com a enfermidade, e diversas dúvidas e inseguranças costumam surgir nesse momento.
Dessa forma, para impedir que quaisquer angústias impeçam o paciente de prosseguir com o tratamento adequadamente, o primeiro passo é informá-lo sobre a enfermidade. Uma vez entendendo a natureza crônica dos sintomas e a necessidade dos cuidados, o paciente entenderá que, apesar da sua condição, poderá controlar os sintomas, manter uma vida com qualidade e estabelecer uma relação de confiança entre ele e o médico responsável.
Sendo assim, é importante alertar para as fontes mais confiáveis. É importante evitar a desinformação, costumeiramente disseminada em redes sociais ou em websites mal-intencionados.
Manter a imunidade sempre fortalecida é de suma importância para o paciente. Para isso, o paciente deve estar atento às vacinações e buscar tomá-las, respeitando o momento de seu processo terapêutico e as restrições que ele impõe. De fato, vacinas com vírus vivo devem ser evitadas por quem está a tomar imunossupressores. Elas podem ser menos eficazes quando tomadas em conjunto com determinados medicamentos.
Atividades físicas
A atividade física pode ser um aliado importante para o paciente. Ela a corrigir ou prevenir as limitações do movimento articular, a fraqueza muscular e a instabilidade das articulações.
Ou seja, concentrando a rotina de exercícios naqueles com baixo impacto articular e voltados para o fortalecimento muscular, alongamentos e relaxamentos, podemos garantir uma melhor condição física ao paciente.
É importante perceber que as limitações motoras de cada paciente devem ser levadas em consideração; em determinados casos, a fisioterapia ou a terapia ocupacional pode trazer um impacto mais relevante ao paciente. De todo modo, é importante estimular, tanto quanto possível, o movimento físico na vida do portador de artrite reumatoide, evitando também que ele passe muito tempo sentado ou estático em uma mesma posição.
Cuidados simples, como manter um sono regular e um peso controlado, também favorecem o bem-estar do paciente. Para o sono, temos o reforço da imunidade que naturalmente ocorre com noites bem dormidas. Quanto ao peso, ele pode diminuir a sobrecarga mecânica, sobretudo para as articulações dos membros inferiores, retardando a degeneração dessas. Além disso, podemos reduzir as chances de doenças consequentes da obesidade, como diabetes e hipertensão, às quais os portadores de artrite reumatoide estão naturalmente mais expostos.
Estilo de vida
É esperado que a doença traga limitações ao paciente, especialmente em estágios avançados. Nesse caso, é importante realizar alguns ajustes na casa, a fim de que atividades corriqueiras, como abrir uma porta ou escovar os dentes, não se tornem complicadas. Não podemos também negligenciar, nesse momento, a extrema relevância do cuidado com a saúde mental. É importante fazer com que o paciente aceite com serenidade as limitações que se mostrarem irreversíveis, mas nem por isso deixá-lo esmorecer diante delas.
Fomentar um estilo de vida ativo e uma mentalidade positiva, que lhe dê ânimo para conviver com as adversidades decorrentes da doença e, dentro do possível, inclusive superá-las. Além disso, vale também enfatizar que o apoio e o cuidado de parentes, amigos e pessoas próximas também é crucial nesse processo.
Finalmente, a recomendação mais relevante de todas: seguir com afinco o tratamento prescrito pelo médico responsável. Essa é a melhor garantia de que os impactos da condição na qual o paciente se encontra serão bastante mitigados. Dessa forma, pode-se esperar que o paciente possa conduzir sua vida com o mínimo de dificuldades impostas pela doença, e garantir o bem-estar dele.
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Referências
https://www.acpbrasil.com/blog/2020-02-02-os-9-certos-da-enfermagem/
https://www.souenfermagem.com.br/fundamentos/administracao-de-medicamentos-por-via-intramuscular/