Mais de 40 anos de pesquisas na área da farmácia proporcionaram a introdução no mercado de novos medicamentos, também conhecidos como nanomedicamentos. Eles trazem soluções para muitas das limitações relacionadas à terapêutica. A nanotecnologia farmacêutica usada com estratégia no mercado, devolve ao setor soluções que envolvem a diminuição de efeitos adversos, a redução da dose e o aumento de eficácia dos tratamentos.
Na atualidade, a FDA (agência federal norte-americana de administração de alimentos e medicamentos) aprovou mais de cem nanomedicamentos. A maioria usada para o tratamento de diferentes tipos de câncer, como os de mama metastático, de pulmão de células não pequenas, de pâncreas metastático e a leucemia mieloide aguda. Os lipossomas (nanovesículas de fosfolipídeos) são o tipo de nanocarreador mais recorrente nesses medicamentos.
São diversas as formas de produção dos nanomedicamentos. Recentemente, uma das maiores autoridades brasileiras no assunto, a farmacêutica doutora e professora Silvia Staniscuaski Guterres concedeu entrevista ao Conselho Federal de Farmácia.
Segundo a Doutora, na maior parte das vezes, utilizam materiais biodegradáveis para a composição das nanopartículas aliadas a técnicas comuns da tecnologia farmacêutica. O mais usual é a produção das nanopartículas em forma farmacêutica líquida, seguida de liofilização, quando para administração parenteral. Para as vias não parenterais, as nanopartículas, a partir da forma líquida em suspensão, podem ser convertidas em formas farmacêuticas semissólidas e sólidas. O que a ciência vem demonstrando é que as nanopartículas aumentam a biodisponibilidade de vários fármacos.
A aplicação da nanotecnologia faz aumentar a eficiência, garantindo a segurança e diminuindo a toxicidade e os efeitos colaterais, além de facilitar o uso dos nanofármacos. Em geral, após administração na pele de nanopartículas, elas atuam como carreadores aptos a entregar as substâncias, de forma controlada, nas diferentes subcamadas da pele ou, ainda, controlar a penetração/permeação/absorção do fármaco, com vistas ao uso tópico ou transdérmico, explica a Doutora.
Os principais benefícios dos medicamentos com nanotecnologia são o direcionamento de fármacos ao local de ação, o aumento da biodisponibilidade, o aperfeiçoamento do transporte, a liberação controlada do fármaco, a redução de dose e diminuição da toxicidade do fármaco e, por fim, o aumento da eficácia do medicamento.
Para a área farmacêutica, os estudos nanotoxicológicos são essenciais para o desenvolvimento de um novo nanomedicamento, assim como é feito para os medicamentos convencionais. As ciências farmacêuticas abraçaram a nanotecnologia. Infelizmente, o custo dos medicamentos com nanotecnologia ainda é elevado na comparação com os convencionais.
No Brasil, a maior parte das pesquisas nessa área concentram-se nos programas de pós-graduações na área farmacêutica. Algumas faculdades têm disciplinas na graduação específicas para a nanotecnologia farmacêutica. Contudo, na grande maioria, o conteúdo é apresentado no escopo de disciplinas, como a de Farmacotécnica ou Tecnologia Farmacêutica. Por outro lado, o tema é frequente nas disciplinas dos programas de pós-graduação em Ciências Farmacêuticas. Sem dúvida, essa área representa novos mercados de atuação para o farmacêutico.
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O tratamento de algumas doenças pode ser complexo, por isso, acreditamos ser possível tratar os brasileiros com atenção, proximidade e carinho. Conheça mais sobre a nossa história aqui!
Fonte: Conselho Federal de Farmácia
Revista PHARMACIA BRASILEIRA | Ano XX – Número 94 – Dez/2021
