Telefarmácia: atendimento remoto realizado pelo farmacêutico

Um dos principais problemas relacionados à atenção aos pacientes crônicos é a falta de adesão ao tratamento medicamentoso. Busca-se implementar estratégias na rotina da equipe multiprofissional e dos pacientes que requerem maior atenção especializada para contornar a falta de adesão a terapia.

Observou-se a necessidade de intervenções clínicas para promoção da adesão ao tratamento o que poderá desencadear a melhora do desfecho clínico da doença de base do paciente. Pensando nisso e no atual cenário pandêmico instaurado em nosso país, a dispensação de medicamentos feita remotamente, seja por telefone ou site da internet, tornou-se mais visível.

A dispensação de medicamentos por meio remoto é regulamentada pela Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) 44/2009, cujo esta RDC apresenta requisitos para os estabelecimentos que desejam realizar a dispensação de medicamentos via remota.

Cabe ressaltar que a dispensação remota só pode ser realizada por estabelecimentos que sejam licenciados como farmácias/drogarias com atendimento aberto ao público, com farmacêutico responsável presente durante todo o horário de funcionamento não sendo permitida a dispensação de produtos sujeitos a controle especial por via remota, pois nesse caso é necessário que o cliente esteja presente no estabelecimento com a receita em mãos.

Em um estudo randomizado, controlado, publicado na revista BMC Health Services Research, apontou que a intervenção farmacêutica via telefone para pacientes que iniciaram o tratamento com inibidores do sistema renina-angiotensina (SRA), estatinas ou bifosfonatos pode melhorar a taxa de adesão dos pacientes.

Indústria farmacêutica e Orientação Remota

A indústria farmacêutica disponibiliza atendimento remoto, via telefone ou e-mail, para os pacientes que fazem o uso do medicamento produzido que entra como parte da farmacovigilância e relatos de reações adversas e interações medicamentosas.

O setor de Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC) é formado por uma equipe de farmacêuticos especializados para prover orientações aos pacientes acerca de casos, como ingestão de altas doses de medicamentos desencadeando em altos níveis de toxicidade.

A conduta estabelecida pela equipe de prover assistência pode acontecer pelo telefone, webcam ou vídeo conferência. Essa atividade já é regulamentada pela Resolução 448, de 24 de outubro de 2006, do Conselho Federal de Farmácia (CFF). Seu Capítulo V, Art. 16, diz que, no exercício dessa atividade, compete ao farmacêutico fornecer as informações técnico – científicas ao SAC, observando os seguintes procedimentos:

I. Fornecer ao SAC, informações escritas baseadas em referências legais e bibliográficas;
II. Avaliar as reclamações e investigar as possíveis causas;
III. Manter arquivo das reclamações;
IV. Acompanhar o sistema de recolhimento de produtos que apresentem desvios de qualidade ou que estão sob suspeita;
V. Avaliar tendências de desvios da qualidade através das reclamações;
VI. Fornecer informações para outras áreas da empresa das tendências apontadas nas reclamações;
VII. Promover a melhoria contínua no atendimento dos clientes;

Consulta remota da AVFARMA com o farmacêutico clínico

A AVFARMA disponibiliza seus canais de relacionamento virtual com os pacientes em uso de medicamentos oncológicos orais, para reduzir a exposição frente à pandemia de COVID-19, protegendo esse grupo de maior risco.

Nos últimos dias foram realizados mais de 30 atendimentos farmacêuticos, os quais contribuíram para o esclarecimento de todas as dúvidas que cercam esses pacientes, tais como posologia, interações medicamentosas e possíveis efeitos colaterais.

Foi adotada essa iniciativa para trazer informações confiáveis e tranquilizar todos os pacientes, sempre zelando pela orientação segura e eficaz, proporcionando assim, melhora na qualidade de vida.

Durante a consulta é realizado o monitoramento de reações adversas, acompanhamento farmacoterapêutico, tais como a análise de exames clínicos laboratoriais, educação em saúde e intervenção/conciliação medicamentosa para proporcionar esclarecimentos sobre sua patologia e tratamento.

Referências Bibliográficas:

1. MANSOUR, SM. et al. Adesão ao tratamento farmacológico de pacientes hipertensos entre participantes do Programa Remédio em Casa. Epidemiol. Serv. Saude, Brasília, 25(3):647-654, 2016.
2. CRF-SP. Farmacêutico, confira a orientação sobre a dispensação remota de medicamentos. Disponível em:< https://www.crfsp.org.br/orienta%C3%A7%C3%A3o-farmac%C3%AAutica/641-fiscalizacao-parceira/farm%C3%A1cia/10313-fiscaliza%C3%A7%C3%A3o-orientativa-21.html>.
3. ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA AVANÇADA. Telefarmácia e adesão. Disponível em:< https://www.assistenciafarmaceutica.far.br/telefarmacia-e-adesao/>.
4. ICTQ. Telefarmácia e Telemedicina substituirão o Dr. Google? Disponível em: https://www.ictq.com.br/varejo-farmaceutico/873-telefarmacia-e-telemedicina-substituirao-o-dr-google.
5. REVISTA DA FARMÁCIA. Da telemedicina à telefarmácia: será hora de começar um debate?. Disponível em:< https://revistadafarmacia.com.br/farmacia/da-telemedicina-a-telefarmacia-sera-hora-de-comecar-um-debate/>.
6. PROXIS. A importância da adesão ao tratamento de doenças e sua continuidade. Disponível em:< https://proxis.com.br/adesao-ao-tratamento/>.
7. PFIZER. A importância da adesão ao tratamento médico. Disponível em:https://www.pfizer.com.br/noticias/importancia-da-adesao-ao-tratamento-medico.
8. KOOY, M. J. et al. Effects of a TELephone Counselling Intervention by Pharmacist (TelCIP) on medication adherence, patient beliefs and satisfaction with information for patients starting treatment: study protocol for a cluster randomized controlled trial. BMC Health Serv. Res.

Compartilhe esse conteúdo