Vitamina D: obesidade e imunidade

À medida que a comunidade médica corre para entender as incógnitas associadas à síndrome respiratória aguda grave coronavírus 2 (SARS-CoV-2) – o vírus responsável por causar a COVID-19 – a ligação entre a função imunológica diminuída e os indivíduos com obesidade levanta questões importantes sobre a possibilidade de maior patogenicidade viral nessa população. Entre os números de infectados e de vítimas, as taxas de isolamento, os aspectos sociais, políticos e econômicos relacionados ao tema, há também inúmeras notícias sobre possíveis vitaminas e minerais que poderiam auxiliar o organismo no combate ao coronavírus, entre elas, a vitamina D.  

Em níveis adequados, ela certamente auxilia a manter a resistência do organismo em dia. Como não temos ainda anticorpos a esse vírus, a principal linha de ataque do organismo acontece pela imunidade inata, que é modulada pela vitamina D, daí sua grande importância para a defesa do nosso organismo.

Estudos científicos recentes já comprovaram a importância da vitamina D para o sistema imunológico e também já revelaram que, pelo menos, 77% dos brasileiros têm uma quantidade insuficiente da vitamina. Em um estudo italiano atual, realizado por cientistas da Universidade de Turim, aponta que os pacientes que foram infectados pelo coronavírus apresentavam baixos níveis de vitamina D. Não se trata de uma prevenção, mas de estar com o sistema imune funcionando adequadamente. Como a vitamina D tem ação imunomoduladora comprovada cientificamente é importante manter seus níveis adequados nesse momento.

Um desafio adicional para aqueles com obesidade durante a pandemia atual pode envolver deficiência ou insuficiência de vitamina D. Já se sabe que o aumento da adiposidade pode minar o microambiente pulmonar em que a patogênese viral e o tráfico de células imunes podem contribuir para um ciclo mal adaptável de inflamação local e lesão secundária.

Curiosamente, dados emergentes afirmam que a vitamina D pode ser um adjunto para gerenciar o meio pró-inflamatório ou “tempestade de citocinas” observado em pacientes covid-19. Isso, por sua vez, apresenta uma opção atraente, pois as implicações clínicas da gravidade e do manejo dos sintomas parecem ser exacerbadas no cenário da hipertensão e do diabetes – ambos tipicamente ligados à obesidade. Alternativamente, a atividade física, operacionalizada como gasto energético atribuído às contrações musculares esqueléticas, é uma abordagem pragmática para aumentar o estado da vitamina D, particularmente quando praticada ao ar livre.

Com certeza, todos evoluirão em resposta à pandemia COVID-19. No entanto até que novos avanços surjam, devemos lembrar que fatores de estilo de vida modificáveis como dieta e atividade física não devem ser marginalizados. Décadas de evidências empíricas apoiam tanto como fatores-chave que promovem a saúde e o bem-estar.

REFERÊNCIAS:

  1. Carter, S.J., Baranauskas, M.N. and Fly, A.D. (2020), Considerations for obesity, vitamin D, and physical activity amidst the COVID‐19 pandemic. Obesity. Accepted Author Manuscript. doi:10.1002/oby.22838 Acessado em 20 de abril de 2020.
  2.  https://emais.estadao.com.br/blogs/comida-de-verdade/adequar-a-vitamina-d-pode-fortalecer-suas-defesas-contra-a-covid-19/ Acessado em 22 de abril de 2020.

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